Nossa História
A Biblioteca Comunitária Djeanne Firmino iniciou suas atividades em 2009, pelas mãos do poeta e articulador cultural Robinson Padial (Binho, do Sarau do Binho) e de sua irmã Lola. Alugaram um salão e montaram a biblioteca comunitária juntamente com um brechó, realizando empréstimos de livros e ações de incentivo à leitura. Nasceu aí o primeiro nome de nossa biblioteca: Brechoteca - a união do brechó e a biblioteca.
De 2009 até maio de 2016, a biblioteca esteve situada entre duas favelas da região, - a Itamarati e a Chapenas - precisamente na entrada da favela Itamarati, local de grande circulação e de fácil acesso aos moradores da região, em um galpão particular e alugado pelo Binho e depois mantido pelos projetos desenvolvidos pela coletiva.
Desde 2012 a Coletiva Achadouras de Histórias é a responsável pela gestão do espaço, elaboração e articulação das atividades, tendo como foco as possibilidades de acesso ao livro, à leitura, à ressignificação da leitura de mundo e ação na história, além das ações de fruição artística e de convivência comunitária.
No ano de 2016, com o aumento excessivo do aluguel e a ausência de recursos financeiros para executar o projeto, a Coletiva Achadouras de Histórias se viu obrigada a entregar o imóvel e interromper o funcionamento da Biblioteca. Uma carta aberta expondo a situação de vulnerabilidade foi amplamente ratificada, sensibilizando e mobilizando a comunidade. Neste período, a coletiva deu sequência a realização de mediações de leitura nos becos e vielas próximo ao antigo endereço, para não romper ou se distanciar com os leitores do espaço. Como resultado deste esforço e pela ampla articulação territorial, fomos convidadas a ocupar o espaço da Associação dos Amigos do Jd. Olinda (ASSAJO), espaço comunitário com mais de 30 anos de atuação no bairro e que também é gerido por mulheres da comunidade e que nos acolhe até os dias de hoje.
Neste período, passamos a integrar a rede LiteraSampa e a Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias, articulação com foco na incidência política das bibliotecas comunitárias na elaboração e efetivação de leis voltadas a área do livro, leitura, literatura e bibliotecas.
Acreditamos que manter as ações em rede, favorece a ampliação de parcerias e de novas formas de captação de recursos. No entanto, continua sendo grande o desafio de manter nossas atividades em pleno funcionamento, devido ao fato de termos baixíssimo investimento em políticas públicas que abarque a valorização das atividades de formação de leitores promovidas pelas bibliotecas comunitárias.
Em abril de 2018, ressignificamos nossa identidade: de Brechoteca - Biblioteca Popular para: Biblioteca Comunitária Djeanne Firmino, dando mais sentido identitário a totalidade do trabalho realizado ao longo dessa história, já que presta reverência à Djeanne Firmino, mulher negra, estudante de biblioteconomia e integrante da Coletiva até 2014, quando veio a falecer. Embora esta mudança possa parecer não ser mensurável, o novo nome se traduz na reafirmação de nossa identidade e a valorização das pessoas comuns de significativa contribuição na história deste território.